Minha faculdade EAD: respondendo perguntas do Instagram.

Em janeiro eu pedi que alguns leitores do Instagram deixassem perguntas que seriam respondidas no Youtube, pois pretendia fazer um canal para o blog. As perguntas foram realmente muito boas e eu decidi esperar para ter um pouquinho mais de bagagem para responder e não dizer bobagens, Mas o problema é que eu não me dou bem com vídeos e descobri isso da melhor maneira possível: experimentando.  Pois é, pessoal, eu não me dou nada bem gravando vídeos, cheguei a gravar uns cinco vídeos e apaguei, não rolou mesmo. =( E eu fiquei muito triste comigo mesma e envergonhada por não ter conseguido atender às expectativas das pessoas que me acompanham, e que estavam esperando pelas respostas. Mas sempre há tempo para consertar nossos erros e resolvi fazer um post respondendo a todas as perguntas que foram postadas para mim no dia 15.01.2017 lá no meu Instagram. Se você ainda não me segue, aproveita pra apertar aquele botãozinho azul e acompanhar minha vida acadêmica e literária porque eu posto bastante coisa que pode ser útil para você.

Vamos às perguntas e respostas!

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No primeiro período temos uma disciplina com aulas obrigatórias, que devem ter pelo menos 50% de frequência, que é informática. Essa matéria é obrigatória para todos os cursos. Mas existe um teste de proficiência que é feito logo no começo do curso e que, se aprovado, o aluno não precisa frequentar as aulas, apenas fazer as provas.

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Eu ainda não estou fazendo estágio porque estou no segundo período mas, pelo que eu já andei sondando com os colegas mais avançados, não tem muito mistério. O aluno acompanha um determinado número de aulas semanais na rede pública de ensino, em colégios conveniados com a Universidade, e faz relatórios sobre essas aulas. Quando eu estiver cursando essa matéria farei um post específico para ela.

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Temos quatro blocos de provas no semestre, sendo duas a distância e duas presenciais, que sempre acontecem aos finais de semana. Temos, ainda, tutorias presenciais que são de livre escolha do aluno, ou seja, ele vai se quiser. Se não quiser ou não puder, ele pode utilizar as tutoria a distância, pela plataforma ou telefone.

A forma de Ingresso é através do Enem ou vestibular. Todas as informações sobre o ingresso estão na página http://cederj.edu.br/cederj/.

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Forma de ingresso por Enem ou vestibular. Optei a distância porque esta é a minha segunda graduação, e eu já fiz duas pós graduações presenciais, vários cursinhos e não suportaria enfrentar engarrafamento, filas, aulas todos os dias e etc. Quanto à absorção do conteúdo, acredito que, se o aluno estudar mesmo,  absorverá muito mais do que o aluno presencial padrão. O aluno do EAD não tem opção, ele não tem como entrar numa sala e fingir que está prestando atenção para tentar absorver “por osmose”, através de conversas com outros alunos ou até mesmo ouvindo as aulas sem dar muita importância. De alguma forma o aluno presencial está inserido naquela atmosfera e acaba aprendendo alguma coisa, mesmo sem estudar, o que não acontece com o aluno EAD, que tem que ler o material que lhe é fornecido senão não consegue sequer entender as provas.

A carga horária total obrigatória do meu curso é de 2.835 horas e eu estou apenas AMANDO de paixão. É a realização de um sonho!  A dica que eu dou é não deixar acumular o conteúdo porque eu já fiz isso e depois chorei de nervoso porque não deu tempo de colocar a matéria em dia. Então, a grande sacada para estudar a distância é seguir o cronograma que a faculdade fornece aos alunos. Para quem quer começar EAD: comece logo! Aproveite o máximo da faculdade, pois você terá tempo suficiente para fazer as atividades extracurriculares, e não deixe o conteúdo acumular.

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Às vezes tem uma ou outra apostila com uma linguagem difícil, mas os tutores dão todo o suporte através da plataforma. E quando eles não dão, a gente reclama, fica em cima, e eles aparecem para ajudar. É um ou outro tutor que não responde, isso realmente pode acontecer. Mas no geral temos bastante apoio.

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Amiga que o EAD me deu me trollando, preciso responder? Adoro demais!

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Vantagens: não perco tempo no trânsito, não gasto passagem, nem xerox porque o material está todo em pdf na plataforma, escapo de aulas ruins, de colegas impertinentes e aproveito todo o tempo que tenho para realmente estudar.

Desvantagens: perco a convivência com os colegas (a dor e a delícia), as dúvidas não são respondidas na hora e a solidão pode desanimar. Por isso  criei esse espaço, para não me sentir tão sozinha e dividir minhas alegrias e tristezas com vocês. ❤

A segunda parte da pergunta eu já respondi acima, ok? 😉

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Sim, temos muitas leituras técnicas que atrapalham as leituras de ficção. Não sei se tira a criatividade, no meu caso acho que aguçou. Acredito que isso vai muito de cada um.

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A gramática é fracionada e está espalhada pelas matérias. Vemos a parte da linguística, fonética, fonologia, morfologia, sintaxe, semântica, produção textual, tudo separadinho e sob diversas óticas. Não sei se era isso que a Letícia queria saber; se não era, entre em contato comigo, Letícia!

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Eu quero ser professora de Português e Literatura e, quem sabe, trabalhar com crítica literária, mas ainda estou estudando as possibilidades. O curso a distância tem a mesma validade, inclusive conheço colegas que se formaram pelo CEDERJ e hoje estão no mestrado da UFF e com matrícula no Estado. Tudo normal!

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Eu curso Licenciatura.

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Meu curso é semestral. eu escolhi o curso porque eu amo ler, aquele clichêzão. rsrs. Eu tenho mais afinidade com Literaturas.

Minha grade é assim:

1º período:

BASES DA CULTURA OCIDENTAL OB 60

 INTRODUÇÃO À INFORMÁTICA OB 75

LINGUÍSTICA I – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS OB 60

 PORTUGUÊS I – TEXTO: DA LÍNGUA AO DISCURSO OB 60

2º período

LINGUÍSTICA II – GRAMÁTICA GERATIVA E AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM OB 60

LITERATURA BRASILEIRA I – INTRODUÇÃO À CULTURA E À LITERATURA OB 60

PORTUGUÊS II – SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES OB 60

TEORIA DA LITERATURA I OB 60

3º período

LINGUÍSTICA III – ESTUDOS DO TEXTO E DO DISCURSO OB 60

LITERATURA BRASILEIRA II LITERATURA E SOCIEDADE NA CULTURA OB 60

PORTUGUÊS III – SINTAXE DO TEXTO OB 60

TEORIA DA LITERATURA II OB 60

4º período

LATIM GENÉRICO – NOÇÕES BÁSICAS DE LÍNGUA LATINA OB 60

LITERATURA BRASILEIRA III – O REGIONAL E O UNIVERSAL OB 60

LITERATURA PORTUGUESA I – IDENTIDADE, TERRITÓRIO, DESLOCAMENTO OB 60

PORTUGUÊS IV – MORFOLOGIA OB 60

PRÁTICA DE ENSINO I – DIDÁTICA OB 60

5º período

CRÍTICA TEXTUAL OB 60

LITERATURA BRASILEIRA IV – ESCRITAS DA SUBJETIVIDADE OB 60

LITERATURA PORTUGUESA II – AMOR, EXISTÊNCIA, ESCRITA OB 60

 PORTUGUÊS V – FONÉTICA E FONOLOGIA OB 60

PRÁTICA DE ENSINO II OB 60

6º período

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I OB 60

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO I OB 60

LITERATURA BRASILEIRA V – VANGUARDA E TRADIÇÃO OB 60

LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA I OB 60

PORTUGUÊS VI – GÊNEROS DISCURSIVOS E PRÁTICAS TEXTUAIS OB 60

7º período

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II OB 90

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO II OB 60

LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA II OB 60

LÍNGUA ESTRANGEIRA INSTRUMENTAL I – INGLÊS, FRANCÊS, ESPANHOL OB 60

PORTUGUÊS VII – ESTUDOS DE DIACRONIA OB 60

8º período

ESTÁGIO SUPERVISIONADO III OB 120

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO III OB 60

LÍNGUA ESTRANGEIRA INSTRUMENTAL II – INGLÊS, FRANCÊS, ESPANHOL OB 60

PORTUGUÊS VIII – PORTUGUÊS DO BRASIL OB 60

9º período

ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV OB 150

LIBRAS I OB 30

 LINGUÍSTICA IV – CONTRIBUIÇÕES DA LINGUÍSTICA PARA O ENSINO OB 70

ATIVIDADES COMPLEMENTARES AC 200

 INTRODUÇÃO À SEMÂNTICA O 60

LINGUÍSTICA V – PRÁTICAS DE LEITURA O 60

LITERATURA COMPARADA O 60

LITERATURA INFANTO-JUVENIL O 60

LUGAR, AMBIENTE, ARTES O 60

MATRIZES DE CULTURA E LITERATURAS ANGLÓFONAS O 60

MATRIZES DE CULTURA E LITERATURAS HISPÂNICAS

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Até agora já li Ilíada, Odisseia, Eneida, Édipo Rei, Lisístrata de Aristófanes,  Confissões de Santo Agostinho, Nuvens de Aristófanes, Apologia de Platão, Martírio de São Policarpo, Os Lusíadas, Aula de Roland Barthes, Auto da Índia de Gil Vicente, Viagens na minha Terra de Almeida Garret, A ilustre Casa de Ramires, de Eça Queirós (falta ler o primo Basílio Os Maias, Uma Campanha Alegre, que não deu tempo e lerei nas férias), O livro de Cesário Verde (ainda não li todo), Dom Quixote, Cem anos de solidão (estou lendo para uma prova). Acho que foram esses.

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Tempo! Comodismo mesmo, porque eu tenho 17 anos de advocacia e não saberia lidar com a sala de aula como aluna novamente.

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Eu curso Licenciatura, estarei apta a trabalhar como professora, revisora, redatora, enfim, todas as áreas abrangidas por um curso de Letras com ênfase em Literaturas.

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Eu entrei pelo vestibular, mas acredito que entrar pelo Enem seja mais fácil. Minha habilitação é Letras Português-Literaturas, eu não quis fazer nenhuma língua mas, se eu quiser, posso cursar mais um ano presencial. Ainda não sei bem como se faz isso, mas pretendo cursar Francês ou Russo depois de me formar, ainda estou pensando sobre isso.

Não existe esse crime, ok? Isso não está tipificado na nossa legislação como crime, e na UFF eles não carimbam com EAD atrás do diploma, acho que a Universidade que faz isso é a UERJ. Mas, sinceramente, não vejo absolutamente nada demais nisso, tenho o maior orgulho do mundo em estudar pelo sistema EAD. ❤

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Em princípio penso em fazer concurso para professora. Sim, tem diversos concursos.

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Olha, é uma decisão difícil, mas eu tentaria um mestrado em Literatura Portuguesa (meu sonho ahahah). Então, o curso é só amor, estou cada dia mais apaixonada, zero frustração. Direito é frustração, Letras é muito amor! ❤

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Estou fazendo iniciação científica com alguns alunos da presencial e eles usam o material do EAD para tirar dúvidas, então acho que o meu curso é até melhor que o presencial. 🙂 Brincadeiras à parte, acho que os dois cursos são excelentes.

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Meu Pólo é em Nova Iguaçu e eu moro em Niterói, mas aqui não tem Letras. =/

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Ufa! Acho que respondi tudo! Se alguém ainda tiver alguma dúvida, pode perguntar que eu tentarei fazer outro post respondendo.

Não esqueçam que todas as informações sobre o ingresso estão na página do CEDERJ:  http://cederj.edu.br/cederj/.

Beijo grande pra todo mundo!

Tag: #rapidfirebooktag

Fui marcada nessa TAG lá no Instagram pela @magmalivro mas resolvi postar aqui para que vocês possam me conhecer um pouquinho melhor.

1 – Ebook ou Livro físico?

Depende. Se o livro for de capa dura ou muito grande, se for para ler na rua ou deitada, prefiro ebook. Ultimamente só compro livros físicos que não tenham em ebook, raros ou lindões.

2 – Capa comum ou dura?

Comum para ler, dura para enfeitar.

3 – Livraria física ou online?

Online pela comodidade, física para passear (muita vergonha nisso, hein!).

4 – Série ou trilogia?

Nenhum dos dois.

5 – Herói ou vilões?

Depende do vilão…rs

6 – Um livro que recomenda:

O quinze, da Rachel de Queiroz.

7 – Um livro subestimado.

Meu pé de laranja lima. Vejo pouca gente falar sobre ele e foi um dos melhores livros que já li.

8 – Último livro que finalizou:

O casal da casa ao lado.

9 – último livro que comprou:

A nau de Ícaro, do Eduardo Lourenço.

10 – Coisa mais estranha que usou como marcador:

Um galho.

11 – Três gêneros favoritos:

Romance, poesia e conto.

12 – Comprar ou emprestar?

Comprar porque tenho medo de estragar o que é dos outros.

13 – Capítulos longos ou curtos?

Curtos.

14 – Os três primeiros livros que lhe vêm à cabeça:

Desonra, A insustentável leveza do ser e A bagaceira.

15 – Livros para rir ou para chorar.

Chorar, adoro um dramalhão.

16 – Nosso mundo ou fictício?

Nosso mundo.

17 – Audiobooks, sim ou não?

Sim, mas ainda não tenho esse costume.

18 – Julga um livro pela capa?

Quem nunca? Claro que sim!

19 – Adaptação para cinema ou TV?

TV porque estou na vibe das séries.

20 – Um filme ou série que você goste mais que o livro:

O silêncio dos inocentes.

 

Fiquem à vontade para responder porque não me sinto confortável em marcar ninguém!

 

 

 

 

 

Resenha: O casal que mora ao lado, Shari Lapena

  • Capa comum: 294 páginas
  • Editora: Record (7 de abril de 2017)
  • Idioma: Português
  • ISBN-10: 8501109541
  • ISBN-13: 978-8501109545
  • Dimensões do produto: 22,8 x 15 x 1,8 cm
  • Peso do produto: 340 g

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Sinopse:

É o aniversário de Graham, e sua esposa, Cynthia, convida os vizinhos, Anne e Marco Conti, para um jantar. Marco acha que isso será bom para a esposa; afinal, ela quase nunca sai de casa desde o nascimento de Cora e da depressão pós-parto. Porém, Cynthia pediu que não levassem a filha. Ela simplesmente não suporta crianças chorando.
Marco garante que a bebê vai ficar bem dormindo em seu berço. Afinal, eles moram na casa ao lado. Podem levar a babá eletrônica e se revezar para dar uma olhada na filha. Tudo vai dar certo. Porém, ao voltarem para a casa, a porta da frente está aberta; Cora desapareceu. Logo o rapto da filha faz Anne e Marco se envolverem em uma teia de mentiras, que traz à tona segredos aterradores.

Anne é uma mulher forte, inteligente, que casou com Marco, um homem bonito e de parcos recursos, que tenta manter a família sem a interferência dos pais de Anne, que são milionários. Eles tiveram uma filha há seis meses e juntos estão lidando com a depressão pós parto de Anne, que, após o nascimentos da filha, está afastada do emprego, sentindo-se fora do padrão de beleza, desleixada e aprendendo a lidar com a maternidade. Marco está tentando entender a doença da esposa e faz de tudo para ajudá-la, mas sente-se cada vez mais repelido e impotente.

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O casal contratou uma babá que não pode comparecer na noite em que eles resolvem tirar uma folga para comparecerem em uma festinha de aniversário na casa do vizinho. Como as casas são geminadas, ou seja, coladas uma com a outra, o casal resolve ir a festa assim mesmo, e se revezam de meia em meia hora para olhar a filha, Cora. Anne não está muito confortável com essa ideia, mas aceita sob a insistência de Marco, que pondera sobre a necessidade dos dois divertirem-se um pouco sozinhos, na esperança de que isso também ajude sua esposa, o que parece plausível para Anne naquele momento.

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A noite não corre muito bem porque Anne percebe um flerte entre a vizinha e seu marido, o que a deixa ainda mais desconfortável e instável mas, como ela bebeu um pouco de vinho, tem dúvidas sobre a sua percepção da realidade, então obriga  Marco a acompanhá-la de volta para casa. Quando estão saindo da casa dos vizinhos para entrar na casa deles, Anne percebe que a porta da frente da casa está entreaberta, e corre para ver Cora. Anne constata que a filha sumiu.

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O casal fica desesperado e  chama a polícia, e a partir desse momento vira alvo da desconfiança da polícia, dos vizinhos, parentes e da opinião pública. Como eles puderam deixar a filha de seis meses dormindo sozinha enquanto se divertiam em bebedeira na casa dos vizinhos? Será que Anne matou a própria filha numa crise psicótica? será que Marco encobriu o crime para salvar sua esposa? Essa é a imagem que o casal passa a ter na comunidade, e vira alvo das investigações do detetive Rasbach e sua equipe.

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A partir daí temos a história se desenvolvendo sob diversos pontos de vista. O narrador onisciente nos apresenta as percepções dos fatos por Anne, Marcos e Rasbach, e vai esmiuçando cada lampejo de ideia que surge na mente de cada um, colocando suas dúvidas diante dos nossos olhos para serem sanadas, ou não.

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O desenvolver da trama se dá num ritmo frenético que impede o leitor de interromper a leitura, pois os capítulos são curtos e muito ricos de reflexões e de novas peças que vão se encaixando para formar a convicção sobre a cena. Mas a cada nova pista, a cada revelação de segredos que cada um esconde, o leitor é levado a uma nova chave que pode abrir a próxima porta para desvendar o mistério.

Minhas impressões de leitura

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Eu comecei a leitura bastante cética porque não costumo ler thriller psicológico, então não sabia muito bem o que esperar. Fui pega logo nas primeiras páginas, e não consegui mais largar. Li o livro em menos de 24h porque os capítulos são curtinhos e a narrativa é muito rápida, te dá a informação sem entregar todo o jogo, deixando um ar de mistério muito envolvente, mas sem cair na mesmice.

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Tudo ia muito bem até o enigma começar a ser desvelado. Acho que a autora poderia ter nos revelado a autoria do sequestro da mesma forma que  nos foi entregando as primeiras pistas, e não revelando quase tudo na metade do livro. Quando descobri como o rapto tinha se dado fiquei um pouco decepcionada. Não por ser previsível, mas pela forma como foi contado. A cena da revelação é muito simplória, e me tirou um pouco da imersão. Foi como virar uma chavinha no meu cérebro e me avisar: ei, isso é ficção!

Após a revelação da autoria, a narrativa segue no mesmo ritmo frenético, e o leitor tem a sensação de que ainda não sabe tudo o que aconteceu. Essa foi uma parte interessante, porque aguçou ainda mais a minha curiosidade.

Mais elementos vão sendo adicionados ao desfecho, e é como se a história fosse “desembaçando” até alcançarmos com nitidez tudo o que estava encobertos pelas mentiras e manipulações que nem mesmo o leitor, com todas as informações e pontos de vistas de todos os personagens, conseguiria enxergar por si só.

Mas o final foi impactante demais. Era previsível, por todo o contexto histórico da personagem, que agisse daquele jeito, mas era mesmo necessário? Senti que ficou algo fora do eixo, que não se encaixou com o rumo dos acontecimentos.  Por outro lado, não era algo impossível de acontecer, era algo de certa forma até previsível, mas a cena que o motivou não teve muito sentido para mim. E outros fatos que foram acrescentados,  meio que para preencher o final, sem muito detalhamento de como aconteceram para culminar no ponto central, deixou uma impressão de efeito Frankenstein, uma história enxertada pelas beiradas, apenas para encaixar personagens que tiveram uma certa importância e foram perdidos pelo caminho.

Eu realmente gostei de acompanhar toda a trama, de desvendar o mistério junto com as personagens, e consegui me inserir facilmente dentro da narrativa. Senti como se estivesse lá dentro, observando cada passo, respirando aquela atmosfera sombria, cheguei a sentir uma certa falta de ar em determinado momento, pela agonia que uma das personagens estava passando, tive muitos sentimentos conflituosos, me conectei facilmente com as personagens durante a leitura e, no geral, essa foi uma experiência muito prazerosa para mim.

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A autora foi advogada e professora de inglês antes de tornar-se escritora. O livro é seu primeiro Thriller e foi finalista do Goodreads Choice Awards na categoria mistério e Thriller e figurou várias semanas na lista dos mais vendidos do New York Times.

Playlist – melhores letras (e músicas) do Pink Floyd

Pink Floyd é uma banda britânica formada em 1965  por Bob Klose, Roger Waters, Syd Barrett, Nick Manson e Richard Whright. Klose, na verdade, somente gravou uma demo com a banda e logo saiu da banda e, posteriormente, Barrett foi substituído por David Gilmour. Essa formação permaneceu ativa com altos e baixos até 1985 (teve a saída de Richard Whright em 79 também, portanto ele não participou do The Final Cut), quando, então, se dissolveu. Eu não gosto do trabalho da banda sem o Roger, por isso não incluí nessa lista nenhuma música produzida pelo Pink Floyd 1987 LTDA.

No mês passado a revista Bula publicou uma lista com as dez melhores músicas do Pink Floyd na opinião de seus leitores. Eu achei a lista extremamente clichê, apresentando apenas as músicas mais famosas da banda, o que, muito provavelmente, não reflete a opinião dos fãs.

Como fã da banda resolvi criar a minha própria lista, pegando uma música de cada disco, e esta é, na minha opinião, a melhor maneira para quem estava em coma nos últimos 40 anos conhecer a  banda em sua raiz.

Vamos lá?

(Para ouvir as músicas, clique no link que direcionará para o Spotify).

1- Astronomy Domine – The Piper at the Gates of Down

Essa é a primeira música do primeiro álbum da banda. É um disco pouco festejado, o que acho um verdadeiro desperdício porque, na minha opinião, é um dos melhores discos da banda. Desse disco eu também gosto muito de Lucifer Sam, mas pela letra escolhi Astronomy Domine, que foi escrita por Syd Barrett e é, talvez, a letra mais psicodélica da de todas.

2-  Set The Controls for the heart of the Sun – A Saucerful of Secrets

Essa música é simplesmente sensacional e dizem que o álbum é o preferido do Nick Manson. Foi o álbum de duas estreias maravilhosas: do Gilmour como componente da banda e  do Waters como letrista.

3- Cymbaline – More

Esse disco é uma “doideira”. Ele foi concebido para ser a trilha sonora do filme de mesmo nome, e a música mais conhecida do disco é Green is the color, mas eu sou do contra e vou indicar essa música que tem uma letra e uma melodia fantásticas.

4- The Narrow Way, Pt 3 – Ummagumma

O disco Ummagumma é um álbum duplo lançado em 1969 sendo que o primeiro contém músicas ao vivo de álbuns anteriores, e o segundo é composto de músicas inéditas compostas por cada membro da banda.  apesar de ser viúva confessa do Waters, dessa vez ficarei com uma composição do Gilmour.

5- Fat Old Sun – Atom Heart Mother

Essa é de uma suavidade na voz, uma delicadeza dos acordes e tem uma letra que fazem dessa música uma verdadeira obra de arte que não deveria ser ignorada pelo grande público.

6 – Echoes – Meddle

Echoes é clichê? é. Mas é visceral. Não há muito o que falar, só sentir.

7 – Wot’s… Uh, The Deal – Obscures by Clouds

Esse é um dos discos mais ignorados da banda, mas contém composições belíssimas, basta um pouquinho de boa vontade.

8 –The Great Gig in the Sky – The Dark Side of the moon

Para escolher uma música do The dark side of the moon foi uma tarefa difícil demais. Primeiro porque eu considero o disco uma única música que se divide em partes (me julgem!). Sim, essa é a interpretação que eu faço do disco, a mesma que faço do The Wall, que falaremos mais abaixo. Mas para SIGNIFICAR, porque eu preciso escolher uma única música, com letra e sonoridade, fico com  The Great Gig in the sky.

 9 – Shine On you crazy Diamond  pt 1 – Wish You Were Here

O que falar de Shine On (para os íntimos)? É quase um hino. Não existe a menor possibilidade dessa música ficar de fora de qualquer lista.

10 –Dogs – Animals

Está aí um disco difícil para se escolher uma única música, eu apenas gosto de todas. Mas Dogs é uma outra categoria de música, não só pela letra profunda e um pouco surrealista, como pela harmonia dos diversos sons que se misturam a melodia da canção. É preciso paciência para escutar uma música de quase 20 minutos, então aconselho apagar as luzes, deitar-se confortavelmente, e não se preocupar em dormir porque na hora certa você será acordado.

11 – Confortably Numb – The Wall

Para o The Wall tenho a mesma teoria que criei pro TDSOTM: é uma música só divida em partes. Na verdade o The Wall é uma peça/ópera dividida em atos. Ah, Roger é genial! Fiquei em dúvida entre The Happiest Days of our lives e Young Lust, ou até mesmo Vera, mas nessa tenho que concordar que não há nada comparável a Comfortably Numb.

12 – The Final Cut – The Final Cut

O último disco da  banda é, também, um dos meus favoritos. Parece uma continuação do The Wall, mas para alguns ele é praticamente um álbum solo do Roger. Outro questionamento que se faz é com relação a não participação do Richard Wrigth, o que traz questionamentos sobre ser ou não um trabalho do Pink Floyd, mas contém verdadeiras pérolas que devemos apreciar sem moderação, como a música que dá título a obra.

Link da playlist completa:  Pink Floyd by Chris

E aí? gostaram das indicações? Se você não conhecia as músicas e gostou de alguma, deixe aqui embaixo o seu comentário que será muito importante para mim saber a tua opinião. Se você não concorda com as minhas escolhas, mostre-me as tuas! Só não me venha falar mal do trabalho do Roger, porque pode dar briga. 

A maldição de Stalin, Robert Gellately

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  • Capa comum: 560 páginas
  • Editora: Record (27 de janeiro de 2017)
  • Idioma: Português
  • ISBN-10: 8501403784
  • ISBN-13: 978-8501403780
  • Dimensões do produto: 22,6 x 15,2 x 3,6 cm
  • Peso do produto: 739 g

As origens da influência internacional de um dos ditadores mais temidos do mundo.
Nos anos 1930, já tendo se tornado em tudo um ditador, Stalin empregava o terror como método de governo, justificando-o como maneira de preservar a revolução dos ataques de seus inimigos internos e externos. Ao mesmo tempo, fomentava um culto à liderança que o transformou em uma espécie de deus, a inspirar ativistas e simpatizantes ao redor do mundo. Com base em numerosos documentos originais russos e outras fontes do Leste Europeu, liberados após o fim da União Soviética, além de muitos outros documentos alemães, americanos e ingleses, o historiador best-seller Robert Gellately delineia as origens da crescente influência internacional do tirano, que se inicia nos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial e permanece mesmo após sua morte, em 1953. O autor ainda examina o papel central desempenhado por Stalin – com consciência estratégica – no trabalho de implementar o comunismo na Europa e em todo o mundo, de maneira que, ainda hoje, muitos milhões de pessoas aguentam nos ombros seu legado – ou sua maldição.

O autor canadense é professor da Universidade Estadual da Flórida, especialista na Alemanha Nazista, e utilizou fontes da Alemanha, Grã-Bretanha, especialmente dos EUA ,e algumas soviéticas, cedidas após o término da Guerra Fria. Em sua obra, defende que Stalin foi o grande responsável pelo início e continuidade da Guerra Fria, e não os EUA, como a maioria entende. O autor não admite nem mesmo uma culpa conjunta entre as duas potências, o que já traz uma grande problemática para a obra.

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O livro traz centenas de referências bibliográficas em sua parte final (notas), o que traz um certo peso à obra, mas confesso que não pesquisei sobre elas. É dividido em três partes: a primeira traz o desenvolvimento e estabelecimento da União Soviética e da Segunda Guerra Mundial. a parte dois contém um compêndio do pós-guerra, contando como se deu a negociação entre as nações, e a parte três que se dedica à Guerra Fria, falando do regime socialista em diversos países da Europa e Ásia.

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Essa última parte contém bastante indicação bibliográfica.

Como curiosidade, o termo “Maldição” utilizado pelo autor se refere à sua análise sobre o pós guerra, quando Stalin aproveitou-se do contexto sócio-econômico para estender sua zona de atuação, juntamente com práticas de censura e repressão. O autor também explica que essa maldição significa a dificuldade que os países ligados ao conjunto soviético tiveram para tentar melhorar sua economia, tudo por culpa única e exclusiva de Stalin, o que não deixa de ser uma opinião tendenciosa, que desperta muitos questionamentos.

Na mesma linha de raciocínio, Gellately denomina Stalinização ao estilo repressor de expansão soviética ao mesmo tempo em que censura os EUA, que, na sua visão, ficaram inertes frente à expansão comunista, mas, em contrapartida, ovaciona a interferência americana na Coreia e aceita que todo o quadro histórico do pós guerra auxiliou as ações stalinistas, tendo em vista a pressão que o povo americano fez para o retorno dos soldados à sua nação, enquanto a Grã-Bretanha encontrava-se quebrada economicamente.

Outra problemática encontrada no livro é a opinião pessoal do autor quanto ao caráter de Stalin. Ele não admite a possibilidade de uma psicopatia ou qualquer transtorno de personalidade, mas acredita que toda violência cometida era fruto da própria ideologia comunista, ou seja, foi fruto de como Stalin absorveu  e interpretou a doutrina Marxista, deixando subentendido que a doutrina marxista propaga a violência como forma de dominação. Essa percepção deixa de fazer sentido se utilizarmos a mesma premissa para a análise de todo o mal causado pelo nazismo de Hitler, um ditador nacionalista de extrema direita.

Em Teerã, Stalin soou como se confiasse em seus aliados e estivesse ávido por cooperação. Mas seu desprezo por eles não tinha limites. O histórico está repleto de exemplos, como um de março de 1944, quando falou para visitantes comunistas Iuguslavos. Disse-lhes que não se enganassem em relação às suas relações cordiais com Roosevelt e Churchill, por ele equiparados a batedores de carteira capitalistas. Aconselhou seus convidados a não  “amedrontarem” os aliados ocidentais, com isso querendo dizer “evitar qualquer coisa que pudesse alarmá-los a ponto de pensarem que uma revolução se processava na Iuguslávia ou uma tentativa de controle comunista”. as atitudes e ambições políticas de Stalin eram imutáveis, a despeito de quaisquer gestos de amizade que ele pudesse fazer. (pág. 100)

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Eu julguei muito arriscada a leitura dele em diversos ângulos. Deixo aqui bem claro que não tenho qualquer apego, admiração, empatia, inclinação ou atração pela memória de Stalin, mas essa interpretação de Gellately sobre as responsabilidades prioritárias da URSS pela Guerra Fria me parece uma reprodução da historiografia conservadora dos anos 50, e sua posição claramente de direita compromete bastante confiabilidade da obra.

Se você se interessou por esse livro, mesmo que discorde das opiniões do autor, e deseja adquiri-lo para melhor confronto de ideias, pode comprar neste link pela Amazon, assim você ajuda o blog a crescer e não paga nada a mais por isso.

Fotografia: Viagem a Lumiar.

A partir de agora vou postar aqui no blog algumas fotografias aleatórias do meu dia-a-dia para vocês me conhecerem um pouquinho através de como vejo a vida.

Olhando as pastas antigas achei essas fotos, de quase dois anos atrás, quando viajamos para uma cidadezinha aqui do Rio de Janeiro chamada Lumiar, para comemorar meu aniversário de 40 anos. Fica pertinho de Friburgo, na Região Serrana. As fotos foram feitas na Pousada Pouso do Tiê. 

 

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5 dicas para começar a ler (e aprender) Poesia.

Quem me acompanha no Instagram sabe que comecei minha iniciação científica em poesia portuguesa moderna e contemporânea neste semestre. Assisto aulas que são ministradas pela minha orientadora no mestrado e doutorado e tenho aprendido muito nesses encontros semanais. Acho que estou no melhor momento da minha graduação, pois  é uma fase de grandes descobertas e, apesar da enorme carga de leitura teórica, conhecer poesia está me tornando uma leitora mais atenta e criteriosa.

Por causa dos meus posts diários sob a hashtag #umpoemapordia no IG, muitos estão tendo acesso ao meu exercício diário, que aprendi com uma colega de classe muito querida (muito obrigada por tudo, Carol). A técnica consiste em ler ao menos um poema todos os dias para ajudar na assimilação da linguagem poética. Por causa desses posts a minha caixinha de mensagens está lotada com perguntas e apontamentos sobre poesia. A maioria das pessoas acha bonito mas não lê porque pensa que não entende, e encara poesia como algo difícil e restrito às rodinhas de intelectuais. Isso é uma grande bobagem! A poesia é de todos e para todos, e está em tudo, ao alcance de qualquer pessoa. Precisamos acabar com esses mitos e incluir mais pessoas nessa verdadeira forma de expressão da alma.

Eu não sou especialista (ainda) e entendo muito pouco (ainda), mas vou compartilhar aqui algumas dicas que podem ajudar bastante a quem tem vontade de começar a ler poesia mas tem “medo”, acha difícil e pensa que não é capaz de compreender. Portante, nenhuma dessas dicas é embasada cientificamente, estou apenas compartilhando a minha experiência, ok? Vamos lá!

1- Leia poesia todos os dias

Sim, é importante para treinar o cérebro a acostumar com a linguagem poética. Nós nos acostumamos com a prosa, e ler poesia é sair um pouco da zona de conforto. Muitos poemas são construídos por metáforas, que são mais facilmente identificadas quando estamos acostumados a elas. Ler todos os dias é treinar seu cérebro, e isso ajuda a mudar a nossa percepção sobre os poemas.

2- Dedique-se a um poema por vez

Pegue um poema, qualquer um, de preferência curtinho, e reflita sobre ele. Leia pela manhã, ao acordar, e “rumine” esse poema até quase decorá-lo (se decorar, melhor, mas não leia com essa intenção pois pode tirar o foco, que é apreender o significado e não  a forma). Depois de eleger um poema pra chamar de seu, fique uns dois ou três dias sem pensar nele, leia outros poemas e depois retorne a ele. Anote o que você encontrou de diferente que não tinha percebido antes.   Você verá que um mesmo poema pode significar muitas coisas diferentes, dependendo da situação pela qual você esteja passando.

3- Comece por autores conhecidos

Fernando Pessoa, Drummond, Cecília Meirelles, Manuel Bandeira, são muitos poetas consagrados que podem auxiliá-lo nessa nova estrada. Comece pelos famosos e depois aventure-se por outros caminhos. Tente conhecer um grande poeta de cada país, leia um curto resumo de sua biografia para entender o momento em que seus versos foram escritos. Você notará que muitos versos viraram músicas conhecidas do grande público. É surpreendente descobrir aonde a poesia é capaz de viajar!

4- Leia o poema em voz alta

Você vai sentir e compreender o poema pela entonação, e terá percepções diversas daquelas que você sentiu na primeira leitura silenciosa. Não tenha vergonha! Leia em voz alta e escute a sua própria voz, escute o que você sente ao ler um poema.

5- Escute declamações

Muitos poetas deixaram material audiovisual das leituras de seus próprios versos que são facilmente encontrados através de mecanismos de busca online. Não é fundamental para entender o poema, mas é uma experiência ímpar ouvir o poema de quem o escreveu e escutar a sua interpretação. Procure no Youtube, lá tem bastante material sobre isso.

E aí? Gostou das dicas? Responda nos comentários se esse post foi útil e, caso ponha as dicas em práticas, me diga se funcionou.

Beijão, e até breve!

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Resenha do livro A Bagaceira, José Américo de Almeida.

Oi, pessoal! Tudo bem?

Hoje trago pra vocês uma indicação de livro  que tem uma história forte, triste, densa, sendo uma obra muito importante para a literatura nacional, porque abriu caminho para  Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, dentre outros.

Detalhes:

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  • Capa comum: 280 páginas
  • Editora: José Olympio (21 de janeiro de 2017)
  • Idioma: Português
  • ISBN-13: 978-8503012997
  • Dimensões do produto: 22,6 x 15 x 2 cm
  • Peso do produto: 522

Valentim é um retirante da seca que sai da fazenda onde trabalhava com sua filha Soledade e seu filho adotivo Pirunga, e os três acabam pedindo emprego na fazenda Marzagão, de propriedade de Dagoberto, um  senhor de engenho viúvo que tem um filho estudante de Direito, Lúcio, que, no começo da história, está passando férias com seu pai na fazenda. Logo Lúcio e Soledade começam uma relação de amizade onde ambos tem interesses mais profundos, mas nenhum dos dois consegue tomar a iniciativa e falar de forma clara sobre seus sentimentos e anseios, o que dificulta muito o desenvolvimento da relação.

Soledade é retratada como a menina-mulher que chama a atenção dos homens por sua beleza e usa disso para brincar com todos (e esse foi um ponto que me incomodou bastante, mas dentro do contexto social da época é perfeitamente compreensível que existisse essa visão da mulher fatal e irresistível que levava os homens a cometerem loucuras por seu amor). Lúcio é o clichè do bom moço do sertão que sai da fazenda para estudar e retorna nas férias para aprender a lidar com os negócios do pai.

Assim começa um verdadeiro vai – não vai entre Soledade e Lúcio, que não chegam a consumar o seu amor porque o rapaz tem medo de desonrar a moça e não ser capaz de assumir o romance, o que deixa Soledade bastante ansiosa e impaciente, pois ela quer ter um relacionamento estável. Assim, Lúcio volta para a cidade e  deixa Soledade ainda mais angustiada.

Acontece que boatos sobre Soledade fazem com que Valentim desconfie de que alguém está seduzindo sua filha e, ao confrontá-la, ela acaba por acusar uma pessoa da fazenda que se torna vítima de Valentim. Este vai preso e pede a Pirunga que tome conta de sua filha. Lúcio, que tinha voltado para a faculdade, retorna para a fazenda e anuncia ao pai sua paixão pela moça, mas é surpreendido por revelações que o farão desistir de seu amor.

Pirunga descobre quem é o verdadeiro autor da desonra de Soledade e, num ato de vingança por ciúmes, o mata, e também atenta contra a integridade física de sua irmã de criação.

Os anos passam e Lúcio retorna para a fazenda, casa-se, tem seus filhos e um final emocionante traz um desfecho impactante para o leitor.

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Minhas impressões

É um livro difícil, com um ar teatral no qual o autor não usa de muitas descrições, parece que as personagens tomam vida própria e estão ali “vivendo suas vidas”, e  o autor está apenas contando fragmentos de uma história que não tem motivo para ser profunda, visto que é a mesma que se repete em ciclos no interior de muitas outras fazendas do sertão nordestino.

O estudante comparou a mentalidade do engenho, resíduos da escravaria, os estigmas da senzala, esses costumes estragados com a pureza do sertão.

E sentia que, com o andar do tempo, se estupidificava nesse meio execrável.

Enquanto o narrador em terceira pessoa usa uma linguagem rebuscada,  a fala das personagens enche o livro de regionalismo que requerem um glossário para auxiliar na compreensão do texto, que acompanha a obra ao final do livro.

– Eu estava canso de avisar. mas o freguês tinha nó pelas costas, era cheio de noves fora. Aí, dei de garra do quiri. O bruto entesou. Aguento a primeira pilorada – lepo! – no alto da sinagoga.  Arrochei-lhe outra chumbergada. aí, ele negou o corpo, apragatou-se, ficou uma moqueca. E veio feito em riba de mim. Arta! danado! Caiu ciscando, ficou celé!… Foi pancada de morte e paixão. Vá comer, terra!… Fugiu na sombra e levou um tempão amocambado.

A escrita também está impregnada de lirismo, que pode confundir um pouco o leitor, mas é tão poética e bela que vale o esforço:

Não! a mulher que ama é a que diz menos, porque é a que mente mais.

Só a mulher que sofre diz tudo num grito de dor.

A minha maior dificuldade foi conseguir deduzir o que o narrador estava contando porque a escrita se desenvolve de forma a não deixar claro os acontecimentos, e o leitor só descobre o que de fato aconteceu no capítulo seguinte, quando dá-se o resultado da cena anterior. Isso é uma característica da escrita do autor, que pode cansar um pouco, mas os fatos podem ser deduzíveis, então a leitura flui através das cenas entrecortadas.

Eu gostei bastante, para mim foi uma experiência de leitura diferente, muito interessante, e senti empatia com muitos personagens, conseguindo me colocar no lugar de cada um e entender o rumo da história, que é perfeitamente possível, dando um traço de realidade.

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Fica aí a minha dica fortíssima de livro nacional, que não é muito conhecido, de um autor um pouco esquecido, mas que merece toda a nossa atenção e carinho.

Um beijão em todo mundo, até a próxima!

Homens de Vilarinho

Foi um grande acontecimento em Vilarinho, quando na Senhora da Agonia, à missa, o padre João leu os nomes dos mordomos da próxima festa. É que, à cabeça do rol, vinha o Firmo, e todos esperavam tudo menos isso.
– O Firmo?! – não se conteve, no silêncio da igreja, o Antônio Puga.
– Psiu!… – sibilou, dos lados da pia benta, o sacristão, que andava às esmolas.
E o caso só à saída foi comentado como merecia.
– O Firmo?! Mas então o Firmo, daqui a um ano… – e o Puga nem era capaz de levar o raciocínio ao fim.
– Fica. Desta vez fica… – garantiu a Margarida, que bebia do fino. – O padre João tantas lhe disse…
A assistência ouvia maravilhada. O Firmo de pedra e cal em Vilarinho! O mundo sempre dá muita volta!
A notícia tinha realmente que se lhe dissesse. Há muito anos já que o Firmo desorientava Vilarinho. Desde que viera de Amarante da artilharia, e embarcara, nunca mais a seu respeito se soube a quantas se andava. Nem a própria mulher. Quando lhe perguntavam pelo homem, o que fazia, se voltava, se gozava saúde, respondia, já resignada:
– O meu Firmo?! Eu sei lá do meu Firmo no Brasil, na América, na Argentina, os que o conheciam estavam na mesma. Sempre a variar de terra, sempre a mudar de emprego, e às duas por três a oferecer os préstimos para Portugal.
– Oh! oh! – São meia dúzia de dias. Daqui a nada estou cá. É só o tempo de o navio chegar, esperar que eu faça um filho à patroa, e levantar ferro…
Dito e feito. Daí a pouco regressava com a mesma cara. De tal maneira, que já todos se riam. Dera em droga, não havia que ver. Só mesmo o padre João, cabeçudo, é que podia ter ainda fé naquele valdevinos, e continuar junto dele o sermão deixado a meio da última vez. O padre era o pároco de Vilarinho. E sempre que Firmo vinha à terra e acordava da primeira noite dormida com a mulher, lá estava ele à entrada da porta com a sua batina rota e o seu cachaço de cavador.
– Dás licença, Firmo?
– Faça favor de entrar, senhor padre João. – Então tu não terás mais juízo, homem de Deus! Tu não verás que tens aqui um rebanho de filhos?!
Firmo baixava a cabeça diante daquela voz amiga e repreensiva. Nem se defendia. Aceitava cada censura como o golpe dum látego purificador. Mas passados dias, quando a Silvana começava a pedir azeitonas às vizinhas, ia dizendo: _ És tu com desejos de azeitonas e eu com desejos de mundo…
– Ah! Firmo, que sorte a minha! Valia de bem o gemido da infeliz! Quanto mais chorava, mais ele se enfrenisava na partida. Empenhava uma terra, vendia-lhe o cordão se preciso fosse, recorria em último caso ao próprio padre João, mas abalava.
– Grandes terras, ti Guilhermino!
– Não há dúvida, Firmo… Não há dúvida… Os lucros que tens tirado delas é que são fracos… – respondia melancolicamente o velho, quando o Firmo, a caminho do comboio, enchia a boca com a Califórnia.
– Não tem calhado… Que ele também para que é que o dinheiro presta?!
– Homessa! – É o que lhe digo. Desde que uma pessoa coma e beba…
– E a mulher e os filhos?
– A mulher e os filhos cá vão vivendo… E Vilarinho desanimava.
– Coisa assim, como ele se pôs! E ainda se fosse de gente doutra condição, vá lá com mil demónios! Agora quem lhe conheceu o pai, como eu, um homem sério, zelador do que lhe pertencia, amigo da família, sempre agarrado à enxada… Que ele não é mau. Mas fazer-se um tragamundos daquela maneira! – gemia o abade, quando a Silvana lhe ia pagar a côngrua. – Acredita que tenho uma paixão, que nem fazes ideia!
O padre era a própria seiva de Vilarinho. Tão agarrado à terra que costumava dizer aos colegas:
– Eu, fora cá da minha freguesia, nem latim sei.
Os outros riam-se e davam-lhe palmadinhas intencionais no costado largo.
– Ora, ora, padre João! Esquece-se do latim, esqueceu mas lembra-se do português. Que o diga quem pode…
Aludiam risonhamente à conversa que tivera na Vila com o novo bispo, quando foi chamado à pedra. O prelado, muito severo, com ar de quem ia salvar o mundo, depois de lhe estender o anel e de lhe indicar uma cadeira, pôs-se para ali a alanzoar. Que o incomodara para tratar com ele dum caso grave de consciência e de disciplina. Que sabia que Sua Reverência vivia amancebado e tinha prole. Que tomara conta da diocese há pouco tempo e que não desejava iniciar a pastoreação com actos de violência. Mas que, por outro lado, não podia consentir desmandos a nenhum membro do reverendíssimo clero. Por conseguinte, ou abandonava Sua Reverência o concubinato ou se via obrigado a aplicar-lhe os castigos disciplinares.
O réu não esteve com meias medidas. – Olhe!, senhor Bispo, cá por cima são estes usos. Padre sim, padre não, faz o mesmo. Tenha a certeza. O que são é mais finos do que eu. As fêmeas chamam-lhes criadas; e aos filhos, afilhados, Ora eu cá sou pão pão, queijo queijo. Não nego. Para quê? A mulher é minha, nunca foi doutro, gosto dela e não a largo; os filhos tenho já cinco, quero criá-los e ver se lhes deixo alguma coisa. De maneira que faça o senhor Bispo o que entender.
A resposta ficou célebre. E os colegas, sempre que vinha a propósito, davam-lhe o beliscão.
Ria-se com o seu riso aberto. E, acabada a missa cantada, o oficio ou lá o que era, trepava para o lombo da mula, cheio de saudades das suas leiras e das almas irmãs que governava.
Destas, só uma lhe fazia cabelos brancos: o Firmo. O diabo saíra ave de arribação. E para quem como ele mergulhava as raízes no chão de Vilarinho, uma realidade assim era um sofrimento.
– Homem, mas tu, afinal, quando te resolves a ser um pai de família e a ter vergonha na cara? – acabou por perguntar ao Firmo, já sem mais paciência.
– Há-de ser um dia. Prometo-lhe que há-de ser um dia!
E quando pela sexta vez o padre o acordou do sono com a mulher, na véspera da Senhora da Agonia, o Firmo sossegou-lhe o coração.
– É desta feita. Na Quaresma conte com mais um pecador para a desobriga. Agora tem-me o resto da vida, caseiro como uma galinha…
Padre João sentiu que um grande peso lhe saía dos ombros. Até que enfim!
– Dás-me a tua palavra?
– Estou-lhe a falar a sério, pode crer! Hei-de fazer tudo para isso. já iam sendo horas…
A promessa tinha uma solidez de testamento. Contudo, pelo sim, pelo não, no dia seguinte, à missa, o padre resolveu amarrar o valdevinos à argola, pondo-o, com grande espanto de Vilarinho, no principio da lista dos mordomos da festa do ano que vinha.
– Será que ele desta vez fica mesmo? – insistia o Puga na venda do Trauliteiro.
– Parece que sim. O padre João lá o convenceu…
– Custa-me a acreditar.
– Não tem que ver: está ou não está mudado? Cava ou não cava o dia inteiro, como nós ?
– Realmente… E até os mais renitentes foram cedendo terreno. A própria mulher, que nos primeiros dias andava abismada com aquela resolução, enchia agora os olhos de paz ao vê-lo a tratar do estrume para as próximas sementeiras, e de tempos a tempos a lembrar que era preciso não esquecer de tirar a esmola para a festa, e que a respeito de arraial a coisa havia de ser falada.
O padre, esse, andava de coração em aleluia. A terra de lameiro de que era feito, grossa, funda, quente, só compreendia as pessoas plantadas ali. Por isso, desde que Firmo parecia aclimatado a Vilarinho, até a vida lhe sabia melhor.
– Com que então desta vez sempre ficas por cá?! – foi perguntando o Puga, pela mansa, quando encontrou o Firmo a jeito.
– É como dizes. O bom filho à casa torna… E Vilarinho assentou de vez que o réprobo, afinal, ganhara juízo, tomara nas mãos macias as rédeas duras da casa e dera ao demo o que é do demo – o mundo.
Nos Reis, para aumentar a receita destinada à romaria, fez-se um peditório. E o Firmo, que tocava violão, puxou ali pelas seis cordas corno um valente.
– Ora vê lá tu se não e melhor a vida que agora levas do que andar como um maltês por lá! – dizia-lhe o padre João, como a varrer-lhe do pensamento qualquer resto de maluquice.
– Na verdade…
– Não há que ver: onde encontras tu terras como esta? Bom pão, bom vinho, bons ares, e em nossa casa, ao pé da mulher e dos filhos!
O mundo dera a Firmo luzes para além das fragas nativas. Por isso tinha olhos para ver o padre em plena grandeza. Um castanheiro. Tal e qual um castanheiro, redondo, maciço, frondoso. De tal modo fincado onde nascera, que não havia forças que o fizessem mudar. Só a morte. Ele, Firmo, filho de cavadores, cavador até aos vinte, que se casara, que não tinha estudos, – sem nenhum apego à terra, incapaz de se deixar penetrar da verdade dos tojos e das leiras; e aquele homem letrado, que recebera ordens, que prometera dar-se todo a quem proclamara que o seu reino não era deste mundo, – ali com mulher e filhos, cheio do amor deles, agarrado às verças como os juncos às nascentes! As razões que apresentava eram sempre as mesmas. Tantas vezes as ouvira que já nem lhes ligava sentido. Mas agora as palavras de ontem, de antes de ontem, de há vinte anos, embora igualmente incapazes de o vencer – pois sabia que não o movera nenhum dos argumentos invocados -, entravam-lhe pelos ouvidos dentro com outra significação. Mandavam-no curvar-se de pura admiração diante de uma vida sem fendas, inteira como um rochedo. Que bicho! Nem o próprio bispo pudera com ele. Metera a viola no saco e deixara correr. O bloco de pedra talvez estivesse errado em sítios onde já não tivesse valor o tamanho do natural. Em Vilarinho, metia respeito.
– É assim. Eu vou à Vila, ando por lá a dar as voltas precisas, e às duas por três tenho fome. Entro na Gaitas e como uma malga de tripas. Pois acredita que nem as tripas me sabem. Há lá nada como a nossa casa!
– São feitios, senhor padre João… – tentou, em todo o caso, o Firmo. – A vida…
– Quais feitios, qual vida! Firmo calou-se. O amor daquele homem à terra era tão absoluto como o seu próprio amor à vastidão do mundo. Para quê discutir?
– E de festa, que tal vamos? Vê lá isso! Não me deixes ficar mal…
– Está justa a música velha de Constantim, encomendámos o fogo em Cabeda e os saiais são de Sabrosa. Pregador, o senhor padre João dirá…
Nem parecia o mesmo. Como um homem se modificava! Lá diz o ditado: Infeliz pássaro que nasce em ruim ninho. Tanto monta correr, como saltar: as asas puxam-no sempre para onde aprendeu a voar. Pusessem os olhos naquele exemplo.
Mas na véspera da Senhora da Agonia, roído não se sabe por que melancólica inquietação, Firmo, que lutara como um herói durante um ano para se aguentar ali, bateu à porta da residência.
– Dá licença, senhor padre João?
– Entra, Firmo. Alguma novidade?
– Nada de importância…
No rosto largo do abade o sangue correu mais tinto e mais alegre.
– Bem. Isso é que eu gosto de ouvir.
Sem palavras para desiludir aquela confiança, peado, o desertor começou a gaguejar:
– Pois é verdade… Afinal…
O padre, então, olhou-o com a sua penetração profissional de confessor:
– Desembucha!
E Firmo escancarou-lhe a alma:
– Não posso mais, senhor padre João. Embarco amanhã e venho dizer-lhe adeus.
Miguel Torga, Contos da Montanha.
MIGUEL TORGA
Miguel Torga, por Carlos Botelho ou Bottelho, pintor e escultor português.

 

Miguel Torga é o pseudônimo de Adolfo Correia da Rocha, (1907 — 1995) um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX. O autor destacou-se como poeta, contista e memorialista, e escreveu também romances, peças de teatro e ensaios.

Graciliano Ramos – Muros sociais e aberturas artísticas.

Sabe quando você termina de ler um livro mas continua “preso” na história, que é tão boa, tão instigante, que permanece ecoando na tua mente por muitos dias após a leitura? Então, as obras do mestre Graciliano Ramos costumam exercer esse poder sobre nós. Ano passado eu tive o meu primeiro contato com esse autor na leitura de São Bernardo, e essa foi uma história forte, intrigante, que me deixou ansiosa por aprofundamento, que me fez pensar em questões sociais, filosóficas e culturais, e eu não tive contato com nenhum texto de apoio para ajudar em meus questionamentos. É aí que entra esse livrinho aí da foto! Ele é pequeno, curtinho, e a gente acha que vai ler numa sentada, rapidinho…

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Não mesmo!

Muros Sociais e aberturas artísticas é uma coletânea de doze textos que tem o objetivo de pensar a obra de Graciliano Ramos com outras obras literárias do Brasil, Portugal e Cabo Verde, numa reflexão comparativa com estudos de sociologia, política e outras áreas do saber e das artes em geral, inclusive apontando a importância da obra do autor para as crianças. As análises trazidas no livro são curtinhas, mas profundas e muito relevantes para quem deseja um mergulho na mente do autor, com análise de personagens e ambientações, o que nos ajuda a pensar as histórias e questionar o que é ficção e o que existe de autobiográfico ou não.

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“O desnorteio e a alienação da personagem, que já não tem o controle do tempo e do espaço, ficam patentes com a confusão entre o tempo presente e o passado da memória” – sobre a angústia e solidão de Paulo Honório em São Bernardo, por Andrea Trench de Castro.

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Os autores da coletânea fazem parte de um grupo de pesquisa de estudos comparados das obras de Graciliano Ramos da USP e tem como organizador o professor e crítico literário Benjamim Abdala Jr., ou seja, é uma obra indispensável para colecionadores, estudiosos e curiosos.

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Minhas impressões: achei um livro bastante técnico que, para o leitor médio pode assustar de início, mas que agrada pelo conteúdo riquíssimo e usos comparativos com outras artes, o que ajuda na compreensão dos textos. Para estudantes de Letras é indispensável porque abre um leque de possibilidades de abordagens e estudos críticos. Não aconselho a leitura para quem não gosta de spoilers e ainda não leu os livros estudados nos ensaios. Para esses, a leitura dos textos deve ser feita após a leitura dos respectivos livros aos quais se referem, funcionando como verdadeiros textos de apoio. Para quem, como eu, não se preocupa com isso, é uma boa forma de começar a ler e se apaixonar por Graciliano Ramos.

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  • Capa comum: 336 páginas
  • Editora: Record (10 de março de 2017)
  • Idioma: Português
  • ISBN-10: 8501108251
  • ISBN-13: 978-8501108258
  • Dimensões do produto: 23 x 16 x 2 cm
  • Peso do produto: 440 g
  • Minha avaliação: 5/5